segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Eleições: Lula critica política econômica de FHC


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma prévia sexta-feira do discurso que será adotado pelo PT eOpções de postagem pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para demonstrar a superioridade de seu governo sobre antecessores, mais precisamente em relação à administração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em visita ao Rio Grande do Sul, Lula negou que o sucesso de seu governo tenha se baseado apenas na manutenção da política econômica implantada pela gestão tucana.

Em entrevista ao Jornal do Comércio, de Porto Alegre, o presidente afirmou que apenas a preservação das diretrizes implementadas por Fernando Henrique seriam insuficientes para que o país alcançasse os atuais índices de desenvolvimento. Lula ressaltou que “apenas com essas definições de política econômico-financeira”, o Brasil também não teria se saído “tão bem no enfrentamento da crise financeira internacional”.

– Aliás, anteriormente, mesmo exercitando esse tripé (câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário), diante das crises, o Brasil quebrava e tinha que recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional) – ponderou Lula, não se furtando a exemplificar o que sua administração fez, então, de diferente. O presidente citou o acúmulo de reservas externas, o que permitiu, segundo Lula, “a redução da vulnerabilidade externa e uma pronta resposta à crise financeira”.

Segundo o presidente, outro aperfeiçoamento da política do antecessor ocorreu com as metas de inflação que “foram críveis e adequadas”, além de combinadas com metas de crescimento do Programa de Aceleração do Crescimento PAC.

– Isso permitiu a redução dos juros e a expansão da economia – defendeu o presidente.

Sobre a política fiscal, o presidente lembrou que, desde 2003, a determinação do governo foi combinar a realização de superávits primários, marca da gestão tucana, com transferências de renda para as famílias mais pobres, o que levou “à constituição de um mercado de consumo de massas, incluindo também metas para os investimentos públicos”. Lula destacou que a política de transferência de renda aos mais pobres beneficia hoje dois terços da população, que “nunca eram levados em conta na hora de se formular as políticas públicas”. E voltou a comparar a atuação do seu governo com a dos anteriores:

– Governos anteriores estavam voltados apenas para um terço dos brasileiros, os da faixa superior de renda, e se lixavam para o restante – criticou. De acordo com o presidente, a política de ampliação de renda das camadas mais pobres da população, além de “representar justiça social e extensão de direitos básicos, aquece o mercado consumidor e incrementa a produção nacional, ao movimentar o comércio de bens e serviços”.

Campanha

Sexta-feira, o ministro auxiliar do Tribunal Superior Eleitoral Joelson Dias rejeitou mais uma representação proposta por partidos oposicionistas (DEM, PSDB e PPS) contra o presidente Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, acusados de propaganda eleitoral antecipada. A propaganda extemporânea teria ocorrido durante os discursos feitos pelo presidente da República, em Minas Gerais, em 19 de janeiro, quando das solenidades de inauguração da barragem Setúbal, em Jenipapo, e do campus universitário de Araçuaí.

O ministro-relator da representação entendeu que não houve, nos discursos de Lula, nenhuma manifestação que tenha levado ao conhecimento geral a candidatura, a ação política ou as razões pelas quais se pudesse presumir que a ministra Dilma, pré-candidata do PT à Presidência da República, “seja a mais apta para a função pública”. Ele lembrou, ainda, que as cerimônias foram realizadas bem antes do período de três meses que antecedem as eleições, no qual o comparecimento de qualquer candidato à inauguração de obras públicas é proibido.

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