domingo, 28 de fevereiro de 2010

Os abusos da mídia. Sem surpresas.

Como era de se esperar as ilações da Folha sobre o caso Eletronet – no fundo uma tentativa do jornal de tentar impedir que o governo leve adiante o Plano Nacional de Banda Larga – pautou as revistas semanais que, de forma mais sensacionalista ou editorializada conforme o perfil de cada publicação, trouxeram matérias a respeito, tratando o assunto como o grande escândalo do ano. E, em mais um caso de abuso da mídia, a IstoÉ achou que daria ibope ressuscitar o mensalão nesta semana em que meu nome esteve nas páginas de todos os jornais e tentou ligar ao caso o ex-prefeito de Belo Horizonte e um dos coordenadores da campanha da ministra Dilma Rousseff à Presidência da República, Fernando Pimentel. O emblemático da revista durou alguns minutos na mídia, até o Ministério Público desmentir a notícia, que acusava o ex-prefeito de ter superfaturado contratos da prefeitura de Belo Horizonte para pagar gastos de campanha do PT. Uma matéria, toda ela, fantasiosa e com objetivos eleitorais. A gravidade, na matéria de IstoÉ, é o vazamento de todos os autos do processo que corre em segredo de justiça.

A Veja, além de reproduzir as matérias caluniosas da Folha, acrescenta outras, tentando vincular meu nome ao caso do russo Boris Berezovsky; aos negócios do empresário Carlos Slim, que atua no setor de telecomunicações em toda América Latina; e não satisfeita, a fusão da Oi/Brasil Telecom. Só falta agora me acusarem de ter sido o responsável pela compra da GVT pelo grupo francês Vivandi, como se eu fosse responsável por tudo que acontece no mercado de telecomunicações no país e o ator de um movimento, mundial, de concentração de empresas do segmento.

No caso do russo, relembro aqui que houve um inquérito e um processo, meu sigilo foi quebrado durante 90 dias, um abuso de autoridade. Aliás, meu e de mais quatro pessoas ligadas a mim e, no final, nada contra mim, ou seja, as investigações provaram que nada tive a ver com isso. Idem com relação à fusão Telemar/Brasil Telecom. Repito: não dou consultoria para eles e a fusão das duas empresas foi púbica e eu sempre a defendi por entender que é importante para o país ter uma empresa nacional forte no mercado de telecomunicações. Da mesma forma, são infundadas as conclusões de Veja com relação a Slim e, mesmo que eu desse consultoria a esse empresário não teria nada demais, uma vez que nada me impede de dar consultorias, e não seria sobre a regulação do setor Brasil, pois estou fora do governo há 5 anos.

O estranho é que a Veja sabe, e não fala nada, sobre todos os ex-ministros, ex-embaixadores, ex-diretores do BC, que são empresários, advogados, consultores, donos de bancos, de corretoras. É engraçado que só eu sou criminalizado. Coisas da vida.

Desmentido

Quero comentar aqui também a insistência da Folha que, mesmo sem novidades, mantém o assunto em suas páginas e insiste em associar meu nome a Eletronet e seu sócio privado Nelson Santos, que foi meu cliente na consultoria. A Folha diz que participei ativamente da decisão sobre os rumos da Eletronet, notícia desmentida em entrevista de Luiz Gushiken, publicada pelo jornal O Globo. Na matéria, Gushiken conta que foi em sua gestão à frente da Secretaria de Assuntos Estratégicos no governo que começou a se pensar no uso da rede de fibras da Eletronet.

Na matéria, Gushiken afirma que não conhecia o empresário Nelson dos Santos e que meu nome está sendo envolvido injustamente no caso. “Quem começou a tocar esse assunto foi eu. O Zé Dirceu não tem absolutamente nada a ver com esse tema ou com todos os protagonistas que estão sendo anunciados hoje, e que são os mesmos da época”, afirmou Gushiken ao Globo.

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