
Tal constatação está expressa em dois indicadores da pesquisa: a alta aprovação do presidente (73% de ótimo/bom); e o crescimento de Dilma aliado à queda de José Serra, movimento que fez despencar a diferença entre os dois de 14 para 4 pontos percentuais.
Na pesquisa, Serra aparece com 32%, Dilma tem 28% de intenção de voto, o deputado Ciro Gomes está com 12% e Marina tem 8%. Considerando-se a margem de erro de dois pontos, a situação é, no limite, de empate técnico. Quer dizer, ambos podem estar com 30%.
O Datafolha diz que, estatisticamente, seria improvável o empate, mas aponta para a importância da trajetória dos dois principais candidatos. Em relação à pesquisa de dezembro, Serra perde 5 pontos e Dilma ganha 5, o que permite concluir que o tucano está perdendo votos para a ministra. De fato, a não ser entre os mais ricos, em todos os estratos e regiões, a situação se repete: Serra cai, Dilma sobe.
O crescimento de Dilma está associado ao seu conhecimento. Hoje, ela é o terceiro nome mais conhecido, com 86% de conhecimento, porém apenas 17% de “conhece muito bem”. Ou seja, quanto mais a população a conhece, mais ela cresce.
Tem sido assim pesquisa a pesquisa, porque Dilma passa a ser identificada como uma política preparada, com profundo entendimento dos problemas e soluções para o país, responsável pelo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), pelo Luz para Todos, pelo Minha Casa, Minha Vida e pela continuidade da política econômica e dos programas sociais do governo Lula.
Enfim, Dilma começa a ser percebida como a candidata do governo Lula e do novo país que está em construção.
Esse movimento fica evidente na resposta espontânea: Dilma e Lula têm 10% de intenção de voto, contra 7% de Serra e 4% do “candidato do Lula”. Os dados sobre o apoio do presidente reforçam essa percepção: 42% disseram que votariam em alguém apoiado por Lula.
O levantamento mostra também que a liderança que Serra sustentou e sustenta pode ser resultado do seu conhecimento prévio. Com 96%, o tucano é o nome mais conhecido do eleitor – 33% de “conhecem muito bem”. No entanto, sua rejeição cresceu. Há dois meses, 19% diziam que não votariam em Serra de jeito nenhum; hoje, 25% rejeitam Serra.
É razoável concluir que, quanto mais a população fica sabendo que Serra é o candidato do PSDB, das políticas de Fernando Henrique Cardoso e da volta ao passado, mais rejeita seu nome. A queda dele em São Paulo revela que a população não está satisfeita com seu desempenho como governador e com a má gestão do prefeito paulistano Gilberto Kassab – do DEM, aliado de primeira hora de Serra.
No cenário para o segundo turno, a diferença desabou 11 pontos. De 49%, em dezembro, Serra caiu para 45% agora, enquanto Dilma disparou de 34% para 41%.
O Datafolha mostra também que, mesmo sem o nome de Ciro Gomes, Dilma cresce e encosta em Serra. Esse dado esvazia o discurso de que a candidatura Ciro era importante para garantir o segundo turno.
Sempre disse que a candidatura Ciro é legítima e uma decisão do PSB e do próprio deputado. Mas a pesquisa sugere que ele pode ter chegado ao seu teto. Hoje, ele tem pouco espaço para crescer, ainda mais numa campanha sem apoio de outros partidos e com tempo de TV reduzido.
Mas qualquer que seja sua decisão, Ciro e o PSB sabem que a participação que tiveram no governo Lula os aproxima por demais de nossa candidata, Dilma Rousseff.
Cabe agora a Dilma, ao PT e aos demais partidos aliados se unirem. É preciso fechar um amplo arco de alianças, com PMDB, PDT, PCdoB, PP, PR e, quem sabe?, PSB. Uma aliança capaz de elaborar, junto com a sociedade, o programa de continuidade aos avanços do governo Lula. Uma aliança com Dilma presidente.
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