Para o cientista político Emanuel Evangelista essa relação entre religião e política é recorrente e preocupante. “No Brasil esse debate é sempre trazido pelos setores conservadores. Essa discussão que está acontecendo é muito preocupante", considera.
"É uma agenda da Idade Média”, critica, emendado a Idade Moderna rompeu com a forte ligação existente entre Estado e Igreja e iniciou o Estado laico, ou seja, aquele que assegura a todos a liberdade de crença religiosa.
“Não é papel do governo estar preocupado com princípios de instituições religiosas. O governo tem que estar preocupado com a economia, emprego, saúde, segurança, salário, entre outras questões. E o eleitor tem que analisar um candidato em função daquilo que ele propõe para o Brasil”, opinou.
Com relação ao aborto, Evangelista disse que a opinião dos dois presidenciáveis que disputam o segundo turno das eleições 2010, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), é a mesma. Ou seja, tanto Serra quanto Dilma defende que o Estado acolha as mulheres que chegam às unidades médicas com infecções decorrentes do aborto.
“Essa não é uma questão religiosa, é uma questão de saúde pública que está se transformando em moeda eleitoreira”, disse, acrescentando que as mulheres ricas fazem abortos em clínicas particulares e as pobres, muitas vezes, morrem de infecções decorrentes de abortos feitos em clínicas clandestinas.
O cientista político conclui seu pensamento com a frase: “Não dá para fazer dessa discussão a principal questão da campanha”.
Fonte: Nominuto.com
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