domingo, 21 de fevereiro de 2010

Um grito de socorro à escola pública


O ensino público básico é visto pela maioria da população brasileira como ineficiente, face aos resultados de provas nacionais realizadas. Não é de hoje que a educação, embora as Leis de Diretrizes e Bases da Educação contenham um leque de possibilidades a serem utilizadas para a formação de crianças e adolescentes do país, o que se observa é um investimento falho, cujos progressos se limitam a uma fatia ínfima do alvo.

Ao mencionar uma fatia mínima refiro-me ao ingresso no ensino superior em universidades públicas, essas também alvo de críticas pelo sucateamento, embora o investimento para manutenção seja alto.

O aluno oriundo de escola pública dificilmente se encontra entre os aprovados e isso concorre para que haja uma redefinição da educação básica ou das próprias escolas, conjuntamente com professores, ou seja, há uma necessidade premente da capacitação contínua desses profissionais e da própria estrutura física e de equipamentos nos estabelecimentos de ensino para que possa o aluno de escola pública pleitear um nível superior de forma justa e igualitária.

O sistema de cotas ou o ENEM são portas de acesso, mas não garantem a continuidade do estudo, uma vez que muitos dos alunos egressos do ensino público e gratuito não conseguem dominar conhecimentos que os façam progredir, dada a defasagem na aprendizagem, lacunas que a universidade não preenche porque não retrocede.

O que me permite observar que, caso a educação pública não seja um objetivo prioritário nos próximos governos, os índices se afastarão cada vez mais dos desejados e necessários para garantir o crescimento do Brasil, já anunciado como 5ª potência em 2020.

Visitei recentemente uma escola pública de ensino médio de uma cidade de cerca de 60 mil habitantes, que conta com um Centro Tecnológico e uma extensão de uma universidade pública. Entristece-me saber que, de oito turmas de 3º ano do ensino médio, contando com cerca de 40 alunos cada, apenas oito alunos conseguiram aprovação no vestibular, enquanto as duas escolas particulares, com apenas duas turmas, aprovaram o dobro ou mais, além de ter um número expressivo de alunos aprovados na Universidade Federal do Ceará, em cursos de primeira linha e altamente concorridos, como medicina e engenharia civil.

Então, que se pensar do ensino público, dos profissionais, dos governos que continuam a protelar providência para este setor? Independentemente de situação financeira, todos pagamos impostos cotidianamente e se faz mister maior atenção. E o futuro dos nossos jovens? Que país teremos realmente em 2020 se a educação continuar à deriva para estudantes de escolas públicas? Quero deixar claro que a culpa maior não é dos governos e sim de problemas advindos do descuido da sociedade atual.

Tenho conhecimento do piso salarial, de melhorias em escolas públicas, mas a caminhada para a transformação é difícil, porque considero viciada a formatação da educação pública, quer seja pelo rótulo do público quer seja pela freqüência de classes menos assistidas na sociedade e no seio familiar.

Acredito que nesse imenso Brasil haja muita gente competente e capaz de gerar novos segmentos, formas de abordagem da educação, de forma a possibilitar um novo rumo aos nossos brasileiros deste milênio.

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