domingo, 21 de fevereiro de 2010

PT aprova ‘continuidade aperfeiçoada’ ao programa de Dilma


A palavra continuidade vem dando o tom ao programa de governo que o PT pretende oferecer para a aliança partidária a ser formada em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, cujo nome deve ser confirmado neste sábado para concorrer à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo partido. Os petistas, no entanto, buscam associar o conceito de “aperfeiçoamento” ao programa. A manutenção da política econômica e o incremento dos programas sociais são propostas que permanecem na pauta do PT.

“Continuidade significa aperfeiçoar. Temos o desafio de integrar mais as políticas sociais”, disse o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, que conduziu o Bolsa Família, um dos principais programas de distribuição de renda do governo.

As mudanças aprovadas nesta sexta-feira no programa referem-se a políticas para afirmação de direitos das mulheres, reforma agrária, redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salários, apoio incondicional e explícito ao Plano Nacional de Direitos Humanos, além mudanças na política tributária, com o objetivo de taxar especialmente grandes fortunas.

O programa do PT, de acordo com Walter Pomar, que preside a tendência Articulação de Esquerda, se tornou mais “radical” na defesa de pontos considerados “de esquerda”. O texto será encaminhado pelo partido para a comissão a ser formada com os demais partidos que se unirão em torno da candidatura de Dilma. “Não houve mudanças. O que houve foi um processo de radicalização. Que a coalizão fará um programa mais ao centro nós temos certeza, mas não por causa nossa. Nossa posição como partido na coalizão será mais à esquerda”.

Para o deputado federal por São Paulo, José Genoino, que pertence a uma das tendências mais influentes do partido, o Campo Majoritário, a principal contribuição do PT no programa de Dilma será a maneira com que a legenda defenderá as conquistas do governo Lula.

“O PT é muito responsável por essas conquistas. Foi o esteio principal. Na hora que a onça bebe água o PT está lá no Congresso para segurar. A militância está muito convencida do que representa o governo Lula”, disse Genoino. “Mas nós vamos dialogar. Queremos fazer uma aliança parceira e não adesista ou impositiva”, afirmou.

Sobre a aprovação de uma emenda que indica para a revisão de leis criadas no governo de Fernando Henrique Cardoso, Genoino alerta que essa posição não é unanimidade no partido. “Há setores da esquerda que não veem que nós (governo Lula) não fizemos uma ruptura. Nós não destruímos a casa para construir uma nova. Nós estamos mudando a ordem por dentro da ordem¿, disse.

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