Acendeu a luz amarela dentro do PSDB com o crescimento da pré-candidata do PT, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o recuo do governador de São Paulo, José Serra, na pesquisa Datafolha. Parte do tucanato entende que passou da hora de assumir a pré-candidatura para equilibrar o jogo e acabar com especulações de que a desistência da disputa pelo Palácio do Planalto é uma possibilidade.
Na avaliação de deputados e senadores do PSDB, o salto da petista na pesquisa deve-se à superexposição que ela ganhou em fevereiro com o Congresso do PT, que a oficializou como pré-candidata. No levantamento, realizado em 24 e 25 de fevereiro, com 2.623 eleitores, cujo resultado foi publicado no jornal Folha de S. Paulo de domingo, Serra caiu de 37%, em dezembro, para 32%. Dilma sai dos 23% e atinge os 28%. Ambos estão próximos de um ainda improvável empate técnico. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Para tentar contornar a insatisfação interna, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), declarou abertamente que Serra será o candidato, mas vai entrar na disputa somente no fim de março. Isso não significa nenhuma antecipação no prazo, já que o governador tem de sair de seu cargo até 2 de abril para se candidatar.
As principais cobranças ouvidas por Sérgio Guerra dizem que Serra não responde aos anseios do partido, não mergulha de cabeça na solução de crises regionais e assiste passivamente ao PT fazer campanha para a ministra-chefe da Casa Civil. “O governador Serra não condenou nem o excesso de inaugurações de obras do Lula e da Dilma. Parece que ele não quer ser candidato”, disse um parlamentar tucano. “Desse jeito, só dá corda para quem fala que ele vai desistir na última hora e se virar para São Paulo”, acrescentou.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou haver um equívoco na estratégia do partido em não ter levado o governador a negociar as questões regionais. “O Serra poderia ajudar a resolver alguns problemas nos estados, mesmo não estando em campanha”, disse o senador paranaense. Na disputa pela indicação ao governo local, Dias foi jogado para escanteio numa manobra do prefeito de Curitiba, Beto Richa, que venceu a disputa. “Se houvesse interferência do Serra, não teria prevalecido o egoísmo. Houve um desastre no Paraná e ele (Serra) lavou as mãos”, afirmou.
Dias pondera, no entanto, que o governador não errou ao esticar o anúncio de sua candidatura. O deputado serrista Eduardo Gomes (PSDB-TO), que defendia a antecipação da campanha de Serra, acredita, agora, que essa posição está equivocada. “Estamos apertando ele para fazer errado. Está todo mundo angustiado, mas ele está mostrando que é melhor fazer tudo dentro da legalidade e não entrar na campanha antes”, afirmou.
Por isso, a ordem é pregar o lado positivo da queda: o governador paulista continua na liderança. “Mesmo depois de toda a campanha e a exposição que a Dilma vem fazendo, o Serra está na frente”, contemporizou Álvaro Dias. Gomes emendou: “Nunca na história desse país se viu uma máquina de governo voltada para a sua candidata, e mesmo assim a ministra Dilma atingiu seu teto. O Serra, sem fazer campanha, está na liderança”.
Puro-sangue é a saída
A pressão interna do PSDB em cima de José Serra resvala também no govenador de Minas Gerais, Aécio Neves. Em jogo está a chapa puro-sangue para concorrer à Presidência — tão almejada pelo grão-tucanato —, considerada a resposta necessária para equilibrar um jogo que está pendendo para o lado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).
A aproximação dos dois governadores será testada na quinta-feira, durante evento de comemoração dos 100 anos de nascimento de Tancredo Neves, avô de Aécio. O PSDB preparou uma agenda comum aos dois para mostrar que Serra e Aécio estão afinados no projeto nacional pelo Palácio do Planalto. Os tucanos aliados do governador paulista querem usar a pesquisa Datafolha, que mostra o recuo nas intenções de voto a Serra, como mais um argumento para convencer Aécio Neves a ser vice do governador paulista na chapa que concorrerá à Presidência.
“A pesquisa mostra que o Aécio é o político mais preparado para o trabalho. Acredito que ele vai aceitar ser vice porque está em jogo um projeto maior, e não o projeto de um ou de outro”, disse o deputado serrista Eduardo Gomes (PSDB-TO).
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um dos maiores entusiastas de uma chapa Serra-Aécio, mesmo com a resistência do governador mineiro.
A mobilização de Fernando Henrique e do presidente do partido, o senador Sérgio Guerra (PE), também é uma saída para o imbróglio que se tornou o DEM com o escândalo sem fim no Distrito Federal, que colocou José Roberto Arruda na cadeia, causou a renúncia do governador interino Paulo Octávio e do deputado distrital Leonardo Prudente. Não bastassem os agouros do partido aliado no DF, outra vitrine, São Paulo, começa a rachar. O prefeito paulistano Gilberto Kassab corre o risco de ser cassado por conta de captação ilegal de recursos para a campanha. Kassab continua no cargo graças a recurso protocolado por sua defesa.
Na avaliação de deputados e senadores do PSDB, o salto da petista na pesquisa deve-se à superexposição que ela ganhou em fevereiro com o Congresso do PT, que a oficializou como pré-candidata. No levantamento, realizado em 24 e 25 de fevereiro, com 2.623 eleitores, cujo resultado foi publicado no jornal Folha de S. Paulo de domingo, Serra caiu de 37%, em dezembro, para 32%. Dilma sai dos 23% e atinge os 28%. Ambos estão próximos de um ainda improvável empate técnico. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Para tentar contornar a insatisfação interna, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), declarou abertamente que Serra será o candidato, mas vai entrar na disputa somente no fim de março. Isso não significa nenhuma antecipação no prazo, já que o governador tem de sair de seu cargo até 2 de abril para se candidatar.
As principais cobranças ouvidas por Sérgio Guerra dizem que Serra não responde aos anseios do partido, não mergulha de cabeça na solução de crises regionais e assiste passivamente ao PT fazer campanha para a ministra-chefe da Casa Civil. “O governador Serra não condenou nem o excesso de inaugurações de obras do Lula e da Dilma. Parece que ele não quer ser candidato”, disse um parlamentar tucano. “Desse jeito, só dá corda para quem fala que ele vai desistir na última hora e se virar para São Paulo”, acrescentou.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou haver um equívoco na estratégia do partido em não ter levado o governador a negociar as questões regionais. “O Serra poderia ajudar a resolver alguns problemas nos estados, mesmo não estando em campanha”, disse o senador paranaense. Na disputa pela indicação ao governo local, Dias foi jogado para escanteio numa manobra do prefeito de Curitiba, Beto Richa, que venceu a disputa. “Se houvesse interferência do Serra, não teria prevalecido o egoísmo. Houve um desastre no Paraná e ele (Serra) lavou as mãos”, afirmou.
Dias pondera, no entanto, que o governador não errou ao esticar o anúncio de sua candidatura. O deputado serrista Eduardo Gomes (PSDB-TO), que defendia a antecipação da campanha de Serra, acredita, agora, que essa posição está equivocada. “Estamos apertando ele para fazer errado. Está todo mundo angustiado, mas ele está mostrando que é melhor fazer tudo dentro da legalidade e não entrar na campanha antes”, afirmou.
Por isso, a ordem é pregar o lado positivo da queda: o governador paulista continua na liderança. “Mesmo depois de toda a campanha e a exposição que a Dilma vem fazendo, o Serra está na frente”, contemporizou Álvaro Dias. Gomes emendou: “Nunca na história desse país se viu uma máquina de governo voltada para a sua candidata, e mesmo assim a ministra Dilma atingiu seu teto. O Serra, sem fazer campanha, está na liderança”.
Puro-sangue é a saída
A pressão interna do PSDB em cima de José Serra resvala também no govenador de Minas Gerais, Aécio Neves. Em jogo está a chapa puro-sangue para concorrer à Presidência — tão almejada pelo grão-tucanato —, considerada a resposta necessária para equilibrar um jogo que está pendendo para o lado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).
A aproximação dos dois governadores será testada na quinta-feira, durante evento de comemoração dos 100 anos de nascimento de Tancredo Neves, avô de Aécio. O PSDB preparou uma agenda comum aos dois para mostrar que Serra e Aécio estão afinados no projeto nacional pelo Palácio do Planalto. Os tucanos aliados do governador paulista querem usar a pesquisa Datafolha, que mostra o recuo nas intenções de voto a Serra, como mais um argumento para convencer Aécio Neves a ser vice do governador paulista na chapa que concorrerá à Presidência.
“A pesquisa mostra que o Aécio é o político mais preparado para o trabalho. Acredito que ele vai aceitar ser vice porque está em jogo um projeto maior, e não o projeto de um ou de outro”, disse o deputado serrista Eduardo Gomes (PSDB-TO).
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um dos maiores entusiastas de uma chapa Serra-Aécio, mesmo com a resistência do governador mineiro.
A mobilização de Fernando Henrique e do presidente do partido, o senador Sérgio Guerra (PE), também é uma saída para o imbróglio que se tornou o DEM com o escândalo sem fim no Distrito Federal, que colocou José Roberto Arruda na cadeia, causou a renúncia do governador interino Paulo Octávio e do deputado distrital Leonardo Prudente. Não bastassem os agouros do partido aliado no DF, outra vitrine, São Paulo, começa a rachar. O prefeito paulistano Gilberto Kassab corre o risco de ser cassado por conta de captação ilegal de recursos para a campanha. Kassab continua no cargo graças a recurso protocolado por sua defesa.
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